Projeto ajuda a prevenir violência sexual contra crianças e adolescentes

Ao longo de sete anos de atuação, o grupo já alcançou mais de duas mil crianças

Combater o abuso sexual de crianças e adolescentes e conscientizar a sociedade sobre crimes cometidos contra esse público tão vulnerável é o principal objetivo das ações promovidas pelo projeto social Futuro Brilhante. O grupo realiza palestras, oficinas e atua de maneira acadêmica e profissional em comunidades, universidades, escolas e em diversos locais, buscando a promoção do diálogo acerca da prevenção à violência sexual praticada contra crianças e adolescentes.

 

Criado em 2014, o Futuro Brilhante surgiu com a ideia de atender 20 crianças que estavam prestes a abandonar a escola por falta de itens básicos, como caderno, lápis e borracha. Hoje, após sete anos de atuação, o grupo reúne 25 profissionais e estudantes de nível superior, que atuam estimulando a educação infantil a partir da doação de kits escolares para crianças em situação de vulnerabilidade social e econômica.

 

Desde sua fundação, o projeto social já atendeu 2.085 crianças com o fornecimento de kits escolares: 20 em 2014, 55 em 2015, 39 em 2016, 55 em 2017, 395 em 2018, 810 em 2019 e 711 em 2020. “Somente no ano de 2020, apesar do contexto de pandemia, foram realizadas 39 palestras sobre crimes sexuais, dois Congressos Brasileiros de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, nove episódios de podcast e oito capítulos das aventuras da Ribeirinha, ambos com o objetivo de mostrar como agem os abusadores e o que podemos fazer para proteger crianças e adolescentes da violência sexual infantil”, explica o coordenador do grupo, Diego Martins.

 

A voluntária Isabela Braga conta que participa da iniciativa há oito meses, mas acompanha as ações do Futuro Brilhante há cerca de dois anos. “Sempre me interessei pela prevenção e estudos acerca das violências sofridas pelas crianças e adolescentes. Entrei no grupo por esse interesse em comum. Acredito que, enquanto sociedade civil, somos responsáveis por todas as crianças e adolescentes, então, precisamos fazer algo para que os índices diminuam. É necessário um esforço em conjunto, uma andorinha só não faz verão”, opina.

 

Para ela, as atividades do grupo são fundamentais, pois alcançam diversas pessoas. A solidariedade é um combustível para todos que trabalham no projeto, segundo Isabela. “É ela que nos une para que nossos objetivos sejam alcançados e que mais crianças e adolescentes tenham a proteção necessária. Sem ela, nada disso seria possível. Também temos o papel de plantar essa sementinha da solidariedade no coração das pessoas”.

 

Auxílio financeiro é importante

 

Além dos voluntários, há também padrinhos e madrinhas que auxiliam nas divulgações e financeiramente. Uma das patrocinadoras é a empreendedora e engenheira agrônoma Laura Rolim, que é vice-coordenadora do Futuro Brilhante. Ela coordena três áreas: gente e gestão, captação de recursos e o financeiro.

 

Como voluntária, ativamente, Laura atua deste 2019. “Todos nós recebemos algo da sociedade, como, no meu caso, a educação gratuita, então temos por obrigação devolver algo à população. Quando fui convidada para conhecer as atividades, vi que era a minha oportunidade de devolver o que recebi, na universidade pública. Eu vivo cercada de crianças, tenho afilhados, e quando somos crianças achamos que nossas mães são chatas, por não deixarem algumas coisas. Sempre fui protegida pela minha família, hoje sinto que devo isso a outras crianças, aos meus afilhados, a outras meninas”, conta.

 

Além de um projeto solidário, o Futuro Brilhante também é informativo, na opinião de Isabela. Por meio das informações repassadas, é possível fazer a prevenção da violência sexual sem culpabilizar as vítimas. A partir do contato com a ideia, em 2019, Laura decidiu patrocinar o projeto – ela contribui com um valor para financiar as atividades do projeto e como contrapartida tem a satisfação de estar contribuindo para a construção de um mundo melhor.

 

“A empresa conta comigo, meu pai e meu irmão, é bem pequena, familiar. Estávamos com dois anos de funcionamento, surgindo no mercado, e recebemos a proposta e decidimos comprar essa ideia. Eu acreditava muito na causa. Me tocou desde que fui a primeira vez e queria ajudar a mudar a realidade daquelas crianças”, finaliza a empreendedora.

 

 

Projeto receberá apoio em Congresso

 

Com a chegada dos dias 13 e 14 de maio, quando será realizado o III Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, muitas pessoas estão dando apoio ao projeto Futuro Brilhante, responsável pela organização do evento. Um exemplo é a arquiteta Carolina Moraes, que cuidará do cenário durante a organização.

 

Ela já havia sido doadora e com o contato que já tinha com o projeto, ela sempre divulgava as atividades em suas redes sociais, especialmente em épocas de arrecadação. Agora, no Congresso, Carol vai contribuir com seus conhecimentos sobre arquitetura para montar o ambiente em que será realizado o evento em maio.

 

“Acho que o projeto tem uma contribuição enorme para a sociedade, por ter um incentivo à educação, ainda mais com o cunho de levar instrução sobre violência sexual. Isso gera informação e é muito necessário; ensinar como agir e se defender desde cedo é muito válido. E além de ajudar as crianças, ele engaja a população”, comenta a arquiteta. Já a gravação, transmissão, iluminação e sonorização ficará com o apoiador Alem Viana. Para fazer as inscrições no Congresso, basta acessar este site.

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