Por meio do chamado “clube de vantagens”, consumidores garantem preços mais baixos em empresas parceiras
Alcançar a sociedade com debates a respeito da violência sexual infantojuvenil nem sempre é fácil, por isso é necessário pensar em formas de incentivar cada vez mais a discussão desse tópico. O projeto Futuro Brilhante tem uma série de iniciativas que buscam esse diálogo, e conta com a participação de inúmeras pessoas, que ajudam tanto de forma operacional como financeiramente.
Um dos braços do projeto é o Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, que está em sua terceira edição, a ser realizada nos dias 13 e 14 de maio deste ano, totalmente online, seguindo as medidas de proteção contra o novo coronavírus. Mas, além do Congresso, há outras iniciativas inovadoras desenvolvidas pelo Futuro Brilhante.
Neste ano, uma das novidades é o programa de apadrinhamento, que consiste em uma doação mensal feita pelos chamados padrinhos e madrinhas, ou seja, as pessoas que ajudam e contribuem com o projeto. Essa doação é usada para custear as ações de prevenção à violência sexual realizadas pelo Futuro Brilhante. Esse programa funciona em conjunto com o clube de vantagens.
“O padrinho ou madrinha, ao se cadastrar, tem a opção de fazer as doações por PIX, boleto bancário, transferência bancária ou cartão de crédito. Após fazer o cadastro e a primeira doação, ele recebe uma carteirinha de membro do programa de apadrinhamento, e ela garante acesso ao clube de vantagens: empresas parceiras do projeto oferecem descontos em produtos ou serviços para os padrinhos e madrinhas e nossos voluntários. O clube é uma forma das empresas apoiarem o projeto e também incentivarmos o mercado local por meio dessa conexão entre empresas e consumidores”, explica Diego Martins, coordenador do Futuro Brilhante.
A servidora pública Ananda Gouvêa faz parte do programa de apadrinhamento desde que ele começou. Amiga do coordenador, ela recebeu o convite e aceitou o desafio. “Já participava de algumas ações pontuais do Futuro Brilhante antes, então decidi ser madrinha para colaborar mais efetivamente. Faço a doação mensal e acompanho as ações que o programa realiza”, conta.
Na opinião da madrinha, o programa é “muito importante”, porque possibilita a expansão do projeto, alcançando cada vez mais crianças. “Acredito que as crianças sintam o acolhimento, especialmente quando ganham os materiais escolares, quando participam de dias festivos em alusão a datas comemorativas, enfim. Admiro muito o trabalho do Futuro Brilhante e considero muito impactante na sociedade”, opina Ananda.
Iniciativas auxiliam na capacitação
O coordenador do projeto, Diego Martins, explica que uma das missões do grupos é contribuir para a formação de profissionais que trabalham com o atendimento direto de crianças e adolescentes, assim como pais e mães que ainda possuem dúvidas e dificuldades sobre como ensinar as crianças a se protegerem. Para manter uma regularidade na produção desses conteúdos, foi criado, em dezembro de 2020, o Núcleo de Pesquisas sobre Crimes Sexuais, que, atualmente, tem quatro voluntários que realizam pesquisas de forma regular e produzem um texto por mês, sob a orientação do coordenador. Os artigos são publicados no blog do projeto e pode ser acessado gratuitamente por qualquer pessoa que tenha interesse no tema.
De acordo com a voluntária Fernanda Lima, que também é acadêmica de psicologia e analista em gestão de pessoas e terapias, o núcleo é um grupo de pesquisadores voluntários sobre crimes sexuais, com o objetivo de conscientizar e disseminar conhecimento no combate à violência sexual infantojuvenil. “Recebemos feedbacks de alguns leitores do blog – inclusive uma das leitores era da África – sobre o uso de nosso material para realizar atividades a partir das pesquisas que nossos voluntários realizaram. Acredito que, a partir no do momento em que as pessoas utilizam o material que produzimos para disseminar a educação sexual como forma de prevenção à violência sexual infantojuvenil, conseguimos atingir nosso objetivo”, pontua.
Ainda dentro do eixo da capacitação, esse ano o projeto criou as oficinas. “Antes da pandemia, estávamos limitados geograficamente a realizar oficinas apenas de forma presencial. Não eram gravadas, então se a pessoa não fosse, perdia. Agora não, podemos e temos utilizado o recurso da internet para fazê-las de forma remota. Não temos mais a limitação geográfica, as pessoas de qualquer parte do país e do mundo, que falem português, podem participar, e tem a vantagem de que se a pessoa não conseguir ver ao vivo, elas ficam gravadas no YouTube, e podem ser assistidas quantas vezes forem necessárias e no horário e dia convenientes para quem procura esse conteúdo”, destaca Diego.
Também foi criada uma ferramenta nacional para cadastro de projetos de prevenção e repressão a crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. Esta é uma forma de ajudar pessoas a procurar iniciativas mais próximas de suas cidades ou Estado. Por mais que a atuação de capacitação seja abrangente em todo o país, de forma online, as atividades presenciais ficam limitadas à Região Metropolitana de Belém. Portanto, segundo o coordenador, a ferramenta tem o intuito de auxiliar pessoas que buscam informações em locais próximos de suas residências.
As inscrições para o III Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil podem ser feitas neste site.