Exploração sexual comercial de crianças e adolescentes é tema de oficina

O debate será às 19h desta quarta-feira (28), de forma online

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais exploram sexualmente crianças e adolescentes, segundo informações do Instituto Liberta, reunidas a partir de estudos de organizações da sociedade civil e dados governamentais. O levantamento aponta que são cerca de 500 mil vítimas por ano no país, deixando o Brasil atrás apenas da Tailândia. Ainda de acordo com a pesquisa, 75% das vítimas são meninas e, em sua maioria, negras.

 

Para combater os altos índices da violência sexual infantojuvenil, o projeto Futuro Brilhante, que já tem anos de atuação junto a este público, passou a ampliar o alcance de seus debates em 2021. Antes, as oficinas eram exclusivas para os voluntários do projeto, mas agora toda a sociedade pode assistir de forma gratuita. A equipe tem o objetivo de contribuir ainda mais com a formação de profissionais da rede de atendimento de crianças e adolescentes ao possibilitar que também participem das capacitações online.

 

Ao longo de todo o semestre, o Futuro Brilhante está organizado para publicar uma série de discussões. Nesta quarta-feira (28), o tema da oficina será “A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes como modalidade de trabalho infantil”, com o palestrante Omar Conde Aleixo Martins, às 19h, pelo canal do projeto no YouTube.

 

“Este é um tema atual, principalmente nesse contexto de pandemia, em que muitas pessoas perderam o emprego e a fonte de renda, ainda que informal, e estão tendo muita dificuldade, em especial as de baixa renda, que vivem em situação de extrema vulnerabilidade. Elas lutam para conseguir a alimentação do dia a dia, necessária para a sobrevivência”, explica o coordenador do Futuro Brilhante, Diego Martins.

 

Segundo ele, a pandemia impacta tanto essas famílias, que algumas se veem na situação de colocar as crianças para trabalhar. “Existem várias modalidades de trabalho infantil, mas vamos dar destaque à pior delas: a exploração sexual. São crianças e adolescentes que trocam seu corpo por alimento, alguns trocados, para levar o que comer para dentro de casa”, diz.

 

Apenas em 2020, mesmo no contexto de pandemia, o grupo realizou 39 palestras sobre crimes sexuais, dois Congressos Brasileiros de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, nove episódios do podcast e oito capítulos do livro infantil “As Aventuras da Ribeirinha” – os dois últimos têm o objetivo de mostrar como agem os abusadores e o que pode ser feito para proteger crianças e adolescentes da violência sexual infantojuvenil.

 

Dentro das oficinas, ainda serão realizadas mais três, além desta semana, com os temas “Prevenção: a principal estratégia para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes”, ministrada por Fernanda Lima, no dia 27 de maio; “Como lidar com as sequelas psíquicas decorrentes da violência sexual infantil?”, com a participação de Lunara Farias, em 9 de junho; e “Da revelação da violência sexual à sentença: por que o julgamento de crimes sexuais demora?”, com o próprio coordenador Diego Martins, no dia 23 de junho. As três ocorrem no mesmo horário, às 19h. Para realizar as inscrições, que são gratuitas, basta entrar em contato pelo WhatsApp (91) 99214-2537.

 

Os debates ocorrem próximos à realização do Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, que terá sua terceira edição realizada no dia 13 e 14 maio. A programação conta com a participação de grandes nomes de todo o país, e será transmitida de maneira online, por causa das prevenções contra a covid-19. O link com os temas das palestras e as inscrições é este.

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