Na terceira edição, programação conta com 12 palestras com especialistas de todo o país
Estão abertas as inscrições para o III Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil, que será realizado nos dias 13 e 14 de maio deste ano. A data foi escolhida em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado a cada 18 de maio. Para fazer o cadastro, basta acessar este site e comprar os ingressos no primeiro lote, que custam R$ 97.
O evento conta com uma extensa programação, cujo tema central será o funcionamento da rede de atendimento à disposição da criança e do adolescente vítima de crimes sexuais. No total, serão 12 apresentações online de participantes de diversas partes do Brasil. Cada apresentação terá duração de 60 minutos, sendo 45 para exposição e 15 para perguntas. Por conta das medidas de prevenção à pandemia da covid-19, o congresso será 100% online e transmitido para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa no horário de Brasília. O evento será ao vivo e o link da gravação será enviado aos participantes após a conclusão do evento.
Para Diego Martins, coordenador do projeto Futuro Brilhante, que organiza o Congresso anualmente, entre outras ações de enfrentamento à violência sexual infantojuvenil, o principal objetivo de realizar o evento é capacitar profissionais, pais e mães sobre como prevenir crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes.
De acordo com o relatório do Disque Direitos Humanos (Disque 100) publicado em 2020, no Brasil, a cada hora, três crianças ou adolescentes são violentados sexualmente, sendo que 82% das vítimas são do sexo feminino, 87% dos acusados são homens, 73% dos casos acontecem na casa da vítima ou do suspeito e 40% dos casos são cometidos pelo pai ou pelo padrasto. Ao todo foram registradas 17 mil ocorrências deste tipo de violência apenas em 2019, último dado disponível.
“Hoje chegamos à terceira edição e contamos com a sua participação para juntos formarmos uma grande rede de mobilização social com o objetivo de proteger as crianças e os adolescentes do nosso convívio”, aponta Diego, que é mestre em segurança pública.
Programação
Um dos principais destaques da edição é a participação da pedagoga Caroline Arcari, que vai palestrar sobre “A literatura infantil como recurso de autoproteção: como os livros podem ser utilizados nas instâncias da rede de proteção”. Caroline é referência nacional neste tema, pesquisadora na área de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, mestra em educação sexual, fundadora da Editora Caqui e autora do best seller “Pipo e Fifi: Ensinando proteção contra violência sexual”.
“As pessoas estão começando a entender a complexidade do fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes. A mídia tem se debruçado em abordar esse tipo de violência com mais responsabilidade, alertando as pessoas sobre a importância da detecção, da denúncia e da informação. Em paralelo a isso, as campanhas e políticas públicas, na última década, também conseguiram trazer mais ferramentas para informar a população. O próprio movimento feminista trouxe contribuições fundamentais para entendermos que a nossa cultura machista autoriza as violências sexuais contra mulheres e crianças por meio de muitos mecanismos, que precisam ser combatidos e enfrentados. Como escritora de literatura infantil e pesquisadora da área de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, sempre produzi obras de literatura como uma ferramenta de autoproteção, na qual adultos possam mediar a leitura e terem mais suporte para conversas sobre educação sexual”, aponta a especialista Caroline Arcari.
Nos dois dias de Congresso serão abordados temas como “O papel do conselho tutelar na rede de atendimento da criança e do adolescente vítima de crimes sexuais”; “Parâmetros para atuação do(a) assistente social no sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima de violência sexual”; “Como identificar e denunciar crimes sexuais utilizando a internet?”; “Como realizar a articulação da escola com a rede de atendimento à vítima de crimes sexuais?”; “A escuta da vítima de crimes sexuais na rede de atendimento”; “Rede de apoio online e informal a vítimas de crimes sexuais”; “Atendimento de emergência à vítima de crime sexual”; e outras temáticas.
Quanto aos palestrantes, o Congresso já tem vários nomes confirmados, como o jornalista esportivo Breiller Pires; a ativista em direitos humanos de crianças Vanessa Lopes Léo; a promotora de Justiça Mônica Rei Freire; a psicóloga judiciária Cátula Pelisoli; e outros tantos especialistas.
Além do evento principal, marcado para 13 e 14 de maio, haverá ainda uma programação alternativa, com oficinas online que começaram em fevereiro e seguem até o fim do primeiro semestre. Em abril, haverá duas: “A sexualidade da vítima de crimes sexuais após o abuso”, com a palestrante Samara Siqueira, às 19h desta quarta-feira (7); e “A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes como modalidade de trabalho infantil”, com Omar Conde Aleixo Martins, às 19h do dia 28 deste mês.
As próximas oficinas serão as seguintes: “Prevenção: a principal estratégia para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes”, com Fernanda Lima, às 19h do dia 27 de maio; “Como lidar com as sequelas psíquicas decorrentes da violência sexual infantil?”, com Lunara Farias, às 19h do dia 9 de junho; e “Da revelação da violência sexual à sentença: por que o julgamento de crimes sexuais demora?”, com Diego Martins, às 19h do dia 23 de junho. Em todas as oficinas, para se inscrever, de forma gratuita, basta entrar em contato com a equipe pelo WhatsApp (91) 99214-2537. Mais informações no site da organização ou pela conta do Instagram: @futuro.brilhante.
Serviço:
III Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência Sexual Infantojuvenil
Data: 13 e 14 de maio
Formato: Online
Inscrições: Por meio deste site
Primeiro lote: R$ 97
Segundo lote: R$ 107
Terceiro lote: R$ 117