5 tutoriais de atividades lúdicas para prevenção da violência sexual infantojuvenil

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COM BONECOS: PIPO E FIFI

Objetivo: ensinar sobre as partes do corpo para as crianças e em que parte elas podem ou não ser tocadas.

Classificação etária: crianças entre 3 e 6 anos

Materiais utilizados: 2 bonecos, um de cada sexo (podem ser de E.V.A, de plástico ou de pano, com calcinha e cueca separadas); livro “Pipo e FIFI – prevenção de violência sexual na infância”, de Caroline Arcari,  para narração (o livro está disponível na  internet gratuitamente no formato PDF); papeis sulfite (A4) e lápis coloridos pra desenho.

Quantidade de crianças podem participar da atividade simultaneamente: recomenda-se até 10 para melhor engajamento devido ao grupo etário.

Questões podem surgir a partir dessa brincadeira: as crianças podem relatar que algum adulto tocou onde não devia. Por isso, é necessário cautela para escutar a criança e verificar se algum de seus responsáveis sabe da situação, caso não seja o próprio autor do abuso, e encaminhar a situação para a Delegacia de Polícia ou ao Ministério Público do município.

Para as crianças interagirem mais: faça perguntas de acordo com o tema e a sua faixa etária, peça para completarem as falas, use linguagem lúdica e vestimenta descontraída.

Que tipos de gatilhos podem ser disparados? Algumas crianças podem demonstrar irritabilidade, podem não querer participar ou até mesmo podem chorar durante a atividade.  Nesta última situação, recomenda-se que, primeiramente, o acolhimento separado dessa criança e a verificação de seu choro e se ela quer conversar. Posteriormente, é importante a notificação dos pais ou responsáveis sobre o comportamento da criança diante da atividade.  Se a criança não quiser interagir na atividade lúdica, deve-se respeitar. Outros gatilhos que podem ser disparados são vergonha, alterações de comportamento como irritabilidade e agressividade, distúrbios no sono como dificuldades para dormir ou pesadelos, alteração no rendimento escolar, dificuldades de concentração, distúrbios alimentares, automutilações, isolamento social, entre outras. É importante destacar que estas alterações na atitude do(a) participante após a realização da atividade podem levar dias ou até semanas para se manifestarem e serem percebidas.

Desenvolvimento da atividade: a partir da organização das crianças em uma roda de conversa, o mediador da atividade iniciará uma conversa/história utilizando dois bonecos. Nesta conversa serão apresentados, de forma lúdica, os bonecos representativos do sexo masculino e feminino (Pipo e Fifi),  as roupas íntimas usadas por cada boneco, destacando a finalidade de proteger partes do corpo. A história avança e, de maneira didática, apresentam-se quais nomes comumente são dados às partes intimas, bem como qual a maneira correta de nomeá-las. Em seguida, será conversado sobre quais tipos de toque a criança PODE aceitar e quais os toques ela NÃO deve aceitar – garantindo autonomia à criança em exercer seu direto de dizer NÃO! Ao final da historinha será elucidado às crianças que se elas vivenciarem situações de toques indesejados – como os apresentados na conversa – devem comunicar as pessoas em quem confiam (rede de proteção/segurança). Em seguida será entregue uma folha impressa, com o espaço adequado, para que cada criança desenhe a pessoa na qual deposita sua confiança. Dessa forma será possível identificar quais são as principais pessoas que compõem a rede de segurança de cada criança.

LUVA PEDAGÓGICA + MÚSICA DE PREVENÇÃO

Objetivo: Ensinas às crianças sobre as partes do corpo e quais delas são “públicas” (podem ser tocadas) e “privadas” (não podem ser tocadas). Além disso, também é utilizada para orientá-las a quem recorrer em casos de toques indevidos.

Classificação etária:  crianças entre 3 e 6 anos

Materiais utilizados: para a confecção da Luva pedagógica serão necessárias folhas EVAs de diferentes cores, fio barbante, cola e tesoura; música (pode ter acompanhamento de violão, se possível)

Quantidade de crianças podem participar da atividade simultaneamente: recomenda-se até 10 para melhor engajamento devido ao grupo etário.

Quais questões podem surgir a partir dessa brincadeira: as crianças podem relatar que algum adulto tocou onde não devia. Por isso, é necessário cautela para escutar a criança e verificar se algum de seus responsáveis sabe da situação, caso não seja o próprio autor do abuso, e encaminhar a situação para a Delegacia de Polícia ou ao Ministério Público do município.

Para as crianças interagirem mais: sempre conversar com o público antes, se apresentar, perguntar se conhecem as partes do corpo como cabeça, barriguinha etc, e iniciar a apresentação dizendo que será ensinado algo importante.

Que tipos de gatilhos podem ser disparados? Algumas crianças podem demonstrar irritabilidade, podem não querer participar ou até mesmo podem chorar durante a atividade.  Nesta última situação, recomenda-se que, primeiramente, o acolhimento separado dessa criança e a verificação de seu choro, se ela quer conversar. Posteriormente, é importante a notificação dos pais ou responsáveis sobre o comportamento da criança diante da dinâmica.  Se a criança não quiser interagir na atividade lúdica, deve-se respeitar. Outros gatilhos que podem ser disparados são vergonha, alterações de comportamento como irritabilidade e agressividade, distúrbios no sono como dificuldades para dormir ou pesadelos, alteração no rendimento escolar, dificuldades de concentração, distúrbios alimentares, automutilações, isolamento social, entre outras. É importante destacar que estas alterações na atitude do(a) participante após a realização da atividade podem levar dias ou até semanas para se manifestarem e serem percebidas.

Desenvolvimento da atividade: Deve-se iniciar pela apresentação da Luva. Nela estarão reunidas algumas partes importantes do corpo tais como: Cabeça, boca, pernas, pé e barriga – partes consideradas públicas e que as crianças precisam saber que está tudo bem receber carinho nessas regiões. Logo abaixo da barriga há a presença de uma “janelinha” que representa os órgãos sexuais de cada indivíduo. Nesse momento o mediador poderá solicitar que cada criança fale como ela denomina essa região (pipiu, torneirinha, pepeca, florzinha e afins…) O objetivo é tornar o assunto natural, livre de tabus e “vergonhas”. Após ouvir as crianças, o(a) mediador(a) deve orientar em relação a forma correta de nomear (vulva, vagina e pênis) e alertar no sentido de mostrar que essas são as partes privadas de seu corpo e que não podem ser tocadas por estranhos, parentes ou amigos da família, apenas pelo papai ou mamãe, caso dependam deles para realizar sua higiene pessoal. No verso da luva, existirá figuras representativas da rede de segurança das crianças (mãe, pai, vovó, titia, professora ou irmão). Pessoas com as quais a criança deve recorrer em casos de toques indesejados. Esse também é um ótimo momento para indagar as crianças quem são as pessoas que elas mais confiam. Após essas exposições, o mediador cantará a MÚSICA que ilustra os elementos da luva. O objetivo é ensinar e cantar junto com as crianças.

OBS: letra da música e modelo da luva disponível no canal da Boenca JuJu no Youtube. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=oZfacExBa3Y

RODA DE CONVERSA COM A ANIMAÇÃO ISABELA TODABELA

Objetivo: Conscientizar crianças e adolescentes acerca do abuso sexual e apresentar mecanismos de autoproteção e denúncia.

Classificação etária:  entre 9 e 12 anos

Materiais utilizados: Tv ou projetor de imagem e vídeo

Quantidade de crianças podem participar da atividade simultaneamente: o ideal são grupos de até 15 pré-adolescentes para melhor interação, mas pode ser realizada em salas de aulas com mais alunos.

Quais questões podem surgir a partir dessa atividade: dúvidas sobre partes do corpo e o que pode ser considerado abuso sexual, a primeira relação sexual, tipos de toques entre outros assuntos

Para as crianças interagirem mais: iniciar um bate papo descontraído sobre um tema mais brando para que a turma vá se soltando. Por exemplo, perguntar sobre um filme ou uma série do momento para “quebrar o gelo” inicial. Após isso, convidar a turma para uma conversa um pouco mais séria.

Que tipos de gatilhos podem ser disparados? Alguns alunos podem se sentir incomodados com o tema e se retirar da atividade. Neste caso, recomenda-se posterior conversa com o(a) aluno(a) para saber se está tudo bem e orientá-lo para conversar com alguém de sua confiança. Há também a possibilidade de algum aluno começar a chorar ou se recusar a participar, mesmo em sala. Em todo caso, o espaço da criança ou do adolescente deve ser respeitado e ela sempre acolhida em conversa individual com o(a) mediador(a) ou equipe pedagógica em casos de escola. Outros gatilhos que podem ser disparados são vergonha, alterações de comportamento como irritabilidade e agressividade, distúrbios no sono como dificuldades para dormir ou pesadelos, alteração no rendimento escolar, dificuldades de concentração, distúrbios alimentares, automutilações, isolamento social, entre outras. É importante destacar que estas alterações na atitude do(a) participante após a realização da atividade podem levar dias ou até semanas para se manifestarem e serem percebidas.

Desenvolvimento da atividade: esta atividade pode ser realizada em duas etapas.

A primeira é a roda de conversa em que se pode ter uma ideia do que os estudantes conhecem. Perguntar o que eles já ouviram falar sobre o assunto, o que eles entendem por ABUSO e em seguida o que seria um abuso sexual. Após ouvir os alunos, explica-se o conceito de abuso de modo geral, como uso excessivo de poder, de autoridade. Em seguida a noção de abuso sexual deve ser abordada. Explicando que o abuso sexual é a invasão do corpo da criança ou adolescente com toques, carícias e até mesmo o ato sexual.

 A segunda etapa será apresentar a animação Isabela Todabela em sala de aula ou em qualquer outro espaço com acesso preferencial a projetor ou televisão. O vídeo deve ser interrompido antes do final feliz e pedir para que os estudantes digam como acham que acabou. Depois de ouvir os estudantes, abrir espaço para uma conversa sobre:

  1. Quais são os possíveis comportamentos suspeitos de um adulto abusador?
  2. A quem recorrer?
  3. Como buscar ajuda?
  4. A situação da menina poderia ter sido evitada? Como?

Vídeo ISABELA TODABELA disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i7j4xVTuxtE

A VISITA DOS ETs

Objetivo: Auxiliar os adolescentes em questionamentos relativos ao consentimento, sexualidade e reprodução desvinculado de um contexto sociocultural. Verbalização de fantasias e assuntos desprovidos das “amarras sociais”, isto é, de preconceitos, estigmas, estereótipos e crenças.

Classificação etária: a partir de 12 anos

Materiais utilizados: Sala ampla, 5 cartolinas, 5 pincéis atômicos ou canetinha hidrocor, fita crepe, papel A4 para confeccionar os crachás e adereços para a cabeça

Quantidade de adolescentes que podem participar da atividade simultaneamente: grupos de 5 com um líder para anotar as respostas (o líder de cada pequeno grupo pode ser um aluno sorteado ou escolhido pelo mediador ou outros adultos responsáveis).

Questões podem surgir a partir dessa atividade: Podem surgir situações como o primeiro beijo, o primeiro não, a primeira relação sexual, masturbação, tipos de toques entre outros assuntos. O facilitador não deve sugerir. Ele deve esperar para trabalhar com o material que surge do grupo, inclusive com o silêncio e as inibições que possam eventualmente aparecer, tentando apontar seu significado.

Gatilhos que podem ser disparados: traumas por rejeições e abusos, choros, vergonha, alterações de comportamento como irritabilidade e agressividade, distúrbios no sono como dificuldades para dormir ou pesadelos, alteração no rendimento escolar, dificuldades de concentração, distúrbios alimentares, automutilações, isolamento social, entre outras. É importante destacar que estas alterações na atitude do(a) participante após a realização da atividade podem levar dias ou até semanas para se manifestarem e serem percebidas.

Desenvolvimento da atividade:

  1. O facilitador pede a todos que caminhem pela sala (pode-se colocar uma música ao fundo). Avisa que chegaram E.T.s na Terra e querem saber sobre a sexualidade dos humanos;
  2. O facilitador comenta que apareceram 5 jornalistas para conversar com os E.T.s e coloca crachás com a instrução “Imprensa” em 5 participantes;
  3.  Em seguida, o facilitador pede que formem 5 grupos de E.T.s, com 1 jornalista em cada grupo, sentados no chão ou em cadeiras no formato de círculo. Esses 5 jornalistas registram as perguntas que os E.T.s fazem sobre consentimento, sexualidade e reprodução dos terráqueos – neste momento os participantes ETs precisam sentir-se a vontade para perguntar e expor suas dúvidas, crenças ou tabus;
  4. Para cada grupo é dada 1 cartolina e 1 pincel atômico ou canetinha hidrocor; o jornalista anota os itens interessantes perguntados pelos E.T.s;
  5. O facilitador pode contribuir com sugestões caso o grupo esteja com dificuldade para elaborar suas questões;
  6. Em seguida, o facilitador pergunta se as expectativas dos E.T.s foram atendidas e pede aos jornalistas que fixem a matéria da reportagem (as cartolinas) na parede;
  7. Ao final, os facilitadores da atividade devem organizar uma roda de conversa e a partir do que foi registrado devem debater sobre o assunto;

Sugestões para reflexão: Refletir se é fácil ou não falar sobre os temas propostos. Por que é fácil para algumas pessoas e difícil para outras? Com quem os adolescentes sentem-se mais à vontade para conversar sobre os temas propostos? Quais os riscos de buscar informações com pessoas que não dominam o assunto ou em fontes não confiáveis?

BRINCADEIRA DO SACO OU CAIXA DE PERGUNTAS

Objetivo: Auxiliar os adolescentes a manifestarem suas dúvidas sobre consentimento, sexualidade e reprodução.

Classificação etária: a partir de 14 anos.

Material utilizado: Sala ampla e confortável, folhas de papel, lápis ou caneta e saco de plástico ou recipiente em formato de caixa.

Quantidade de adolescentes que podem participar da atividade simultaneamente: a partir de 5 pessoas.

Questões podem surgir a partir dessa atividade: Podem surgir situações como o primeiro beijo, o primeiro não, a primeira relação sexual, masturbação, tipos de toques entre outros assuntos. O facilitador não deve sugerir. Ele deve esperar para trabalhar com o material que surge do grupo, inclusive com o silêncio e as inibições que possam eventualmente aparecer, tentando apontar seu significado.

Gatilhos que podem ser disparados: traumas por rejeições e abusos, choros, vergonha, alterações de comportamento como irritabilidade e agressividade, distúrbios no sono como dificuldades para dormir ou pesadelos, alteração no rendimento escolar, dificuldades de concentração, distúrbios alimentares, automutilações, isolamento social, entre outras. É importante destacar que estas alterações na atitude do(a) participante após a realização da atividade podem levar dias ou até semanas para se manifestarem e serem percebidas.

Desenvolvimento da atividade:

1 – O facilitador fornece folhas de papel e lápis ou caneta para os adolescentes;

2 – Cada participante do grupo escreve em tiras de papel, sem colocar seu nome, os temas ou perguntas que gostaria que fossem tratadas nos encontros;

3 – Todas as tiras são colocadas em um saco ou recipiente em formato de caixa;

4 – Cada um retira do saco uma tira de papel. Cada pessoa lê, em voz alta, o que contém na tira que retirou;

5 – Abre-se um espaço para os comentários e o grupo, juntamente, com facilitadores, especialmente da área da saúde, discutem os temas.

Atividades adaptadas da internet

Dayse Santos e Diego Martins

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