As aventuras da Ribeirinha

Sabe aquelas historinhas divertidas que no fim tem uma moral? Como a da Chapeuzinho Vermelho, que te ensina a não falar com estranhos, ou a de João e Maria, que te ensina a não confiar nas coisas porque tem uma aparência apetitosa – e mais uma vez a não falar com estranhos.

Essa é uma dessas histórias, mas sem um filtro fantástico de criaturas mágicas. Ribeirinha é a nossa heroína, mas bem mais esperta que a maioria das princesas. Vou te explicar mais sobre os personagens e o felizes para sempre você só descobre no final.

A mãe de Ribeirinha se chama Lúcia, tem apenas vinte e cinco anos, engravidou cedo e teve que que cuidar dos filhos sozinha depois que o pai das crianças a deixou. Apesar de ser a filha mais nova todos da família a procuram por seus conselhos sábios. Sempre calada, Lúcia só abre a boca para falar algo bonito, ou para sorrir para os filhos, que adora mais que tudo no mundo.

A avó Therezinha, por outro lado, adora falar – da vida dos outros – comunicativa, cheia de energia, ama dançar, rir alto, contar piada. Dizem que é braba, mas a Ribeirinha quase nunca viu esse lado da sua avó, a não ser que se tratasse dos filhos ou netos, que ama acima de tudo.

Quanto aos irmãos de Ribeirinha… eles ainda eram muito jovens. João tinha só seis anos e era um caos de criança. Queimava os brinquedos dos irmãos e até algumas roupas, por isso deveria ser mantido longe de materiais inflamáveis; mas em geral ninguém ligava muito, porque ele tinha um coração enorme.

Kaio era o mais novo, 3 anos, mimado e a doçura em pessoa, o garoto era carinhoso e quase sem defeitos, calado feito a mãe, tinha os cílios gigantescos e quando os piscava fazia qualquer um derreter de amores, Ribeirinha achava que isso era quase um super poder.

Sobre os primos, Ribeirinha tinha vários, mas se perguntasse ela só falaria de Maria, mas quem não lembraria de Maria depois de vê-la? A garota tinha apenas 10 anos, era linda como uma boneca e era barulhenta como uma matraca. Menina alegre e conversadeira, sabia de todas as fofocas da região, e adorava costurar roupinhas para as bonecas das primas, era ela quem cuidava da mãe, tia Neuza, que tinha pressão alta.

Falando da tia Neuza, a definição seria barraqueira. Contraditório, porque toda vez que se metia em um barraco, o que acontecia frequentemente, passava mal e precisava de assistência. No fim ela acabava sendo uma pessoa de extremos, ou você ama muito, ou odeia na mesma proporção.

Ribeirinha tem uma família enorme, mas ainda abria espaço para falar da sua melhor amiga, que era uma irmã de coração. Rai era a outra metade de Ribeirinha, tinham suas diferenças, mas eram basicamente cópias uma da outra. Ela era gentil demais, sendo assim, sua melhor amiga sempre tinha que tomar a dianteira para defendê-la.

Por último, mas não menos importante, vem a professora Patrícia. Ela não tinha filhos, mas tratava todos os seus alunos como se fossem dela. Era o exemplo de Ribeirinha, que sonhava em ser uma professora como Paty. Determinada, forte, inteligente e amável, sempre achava uma maneira de ensinar da melhor maneira os seus alunos, mesmo nas condições precárias da escolinha.

Essas são as pessoas do coração de Ribeirinha, uma garotinha de nove anos, travessa, de pés ligeiros e mente mais ligeira ainda. Menina quilombola de família simples e cheia de amor. Sua vida não era fácil, precisava ter cuidado a todo o tempo e se manter esperta.

Nosso desafio é aprender junto com a Ribeirinha as coisas que a maioria das pessoas não comenta, mas que são importantes para qualquer criança. Sendo assim, aproveite a narrativa e se divirta junto com a nossa garotinha travessa, te garanto que serão capítulos prazerosos de uma historinha simples e que vai te ensinar muito.

Notas nossas: “as aventuras da Ribeirinha” é uma historinha dividida em capítulos. Não esquece de acompanhar o desenvolvimento e ficar ligadinho nas redes sociais do Futuro Brilhante para ser avisado sempre que tiver uma nova aventura disponível para leitura.

Te vejo no primeiro capítulo.

 

Texto: Nicoly Araújo

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